sábado, dezembro 31, 2005

Feliz Ano Novo



Que o Novo Ano traga a realização dos nossos Sonhos

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Uma Pedagogia Diferenciada no Centro de Belgais.

Fundado por Maria João Pires, o Centro de Belgais, caracteriza-se desde a origem pela preocupação de contribuir para a reflexão contemporânea sobre a educação, e o desenvolvimento do projecto educativo da escola EB1 da Mata, constitui deste modo uma etapa decisiva. O texto que se segue, é uma selecção parcial sobre o projecto educativo da Escola EB1 da Mata, para o perceber de forma mais completa podem aceder à página na Internet do Centro de Belgais (clique aqui).


«FILOSOFIA DO PROJECTO EDUCATIVO

O pilar do projecto educativo da escola da Mata baseia-se na introdução das artes no quotidiano e na introdução da aprendizagem criativa das matérias curriculares, tendo como objectivo o desenvolvimento e formação das crianças. A observação é um elemento fundamental do processo educativo, pelo qual o aluno constrói o seu processo de aprendizagem e conhecimento. A linguagem corporal, o conhecimento do corpo e a sua boa utilização, permitem uma estruturação do eu mais harmoniosa com o meio envolvente. A criança participa de uma forma activa e criativa no seu desenvolvimento pessoal, com o apoio pedagógico de todos os recursos existentes. A arte é a forma de expressão dos sentimentos e emoções da vida, é uma forma de estar, sentir e viver em harmonia com o ambiente e com os outros.

FUNDAMENTAÇÃO

Pretende-se com este projecto a aplicação de uma pedagogia diferenciada e experimental, em que a criança tenha contacto directo com novas culturas e vivências. Ambicionamos que a criança não apreenda conceitos separados uns dos outros, de uma forma meramente intelectual, mas que os assimile e compreenda pela arte - através da observação, representação e pesquisa. Este projecto ambiciona criar oportunidades de intercâmbio pedagógico e cultural com outros projectos educativos portugueses e estrangeiros. Pretende-se introduzir o bilinguismo como uma ferramenta de inserção na cidadania europeia, de proximidade e ligação com outras línguas e culturas.

METODOLOGI
A
Este projecto promove a interligação de todas as áreas curriculares. Pretendemos, assim, trabalhar o currículo de uma forma integrada, partindo das expressões artísticas (Plástica, Dramática e Musical) para todas as outras áreas curriculares (Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio, Área de projecto, Estudo Acompanhado e Formação para a cidadania). […]
Estas metodologias pretendem que, através da expressão artística, a criança assuma um papel activo e crítico no seu desenvolvimento pessoal, social e cultural, assim como na estruturação do eu e do enriquecimento da sua própria identidade. No entanto, esta interdisciplinaridade só é possível com reuniões regulares entre os professores, que permitam uma verdadeira articulação e complementaridade entre as várias áreas. Torna-se, assim, importante a elaboração de um horário criativo e adequado, com a distribuição das diversas áreas que se irão trabalhar ao longo do dia.

AVALIAÇÃO

A avaliação do projecto é a análise e tratamento dos indicadores pedagógicos, e sua evolução positiva ou negativa no processo de aprendizagem individual e em grupo das crianças. A avaliação é efectuada, pela observação directa e indirecta, pelos seguintes indicadores: interesse, motivação, retenção, dinamismo, participação e assimilação consciente e crítica dos conhecimentos e capacidade para os utilizar em diversas circunstâncias. Recorreremos, assim, aos seguintes instrumentos:
- Questionários mensais às crianças e professores
- Grelhas de observação
- Avaliação periódica do currículo.»


Página na Internet preparada pelos alunos da escola da Mata:
www.eb1-mata.rcts.pt

Acedido em Dezembro 30, 2005. http://www.belgais.org/Port/actividades_pt.asp?id_historico=45

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Sobre a avaliação das escolas

Esta semana no suplemento de Educação do Jornal de Letras, podem ler-se reportagens sobre a autonomia e a avaliação das escolas, fazendo referência também à avaliação dos manuais escolares. Transcrevo uma parte do artigo da Fundação Calouste Gulbenkian intitulado Experiência e Institucionalização, sobre a avaliação das escolas como ela é feita, que dados revela e suas consequências.

«O que se aprendeu
Três anos consecutivos de acções de Avaliação Integrada das Escolas significam um total de intervenções em 2039 estabelecimentos escolares de diferentes tipologias, representando 540 unidades de gestão, ou seja, um pouco mais de um terço do total das unidades de gestão. Foram observadas 600 salas de actividades na educação pré-escolar e 10.062 aulas dos diferentes níveis de ensino.
O relatório do último ano de intervenção, 2001/2002, descreve quais os pontos fortes e fracos das escolas intervencionadas nesse ano, tal como identifica os ciclos de escolaridade onde, de acordo com os critérios definidos, não foi possível identificar pontos fortes. Tal facto não significa que não tenham sido assinaladas escolas com práticas excelentes, mas o seu número é menor do que o previsto no critério. Neste relatório descrevem-se, ainda, disparidades entre as escolas do mesmo nível, isto é, amplitude de diferenças entre escolas numa distribuição percentil, e comparam-se os desempenhos nos três anos de intervenção.
Por exemplo, são pontos fortes das escolas de todos os níveis de ensino a atenção ao desenvolvimento das competências sociais; a relação pedagógica e o relacionamento interpessoal; a abertura à mudança, a capacidade de resolver conflitos e de tomar decisões.
Porém, é na dimensão “Educação, Ensino e Aprendizagem” que se concentra a maior percentagem de pontos fracos nas escolas dos ensinos básico e secundário, com destaque, por exemplo, para a deficiente articulação curricular promovida pelos competentes órgãos e estruturas e realizada pelos professores. É nesta dimensão que se observam as maiores dificuldades em aplicar as inovações trazidas pelo novo currículo, quer ao nível do projecto curricular de escola e de turma, quer ao nível do desenvolvimento das competências dos alunos.

A avaliação sequencial
Três anos de intervenções não chegam para criar cultura de avaliação nas escolas, nem para se perceber até que ponto a avaliação constitui uma estratégia de desenvolvimento. As intervenções sequenciais que se realizaram dois anos depois da primeira avaliação externa com o objectivo de verificar que continuidade as escolas tinham dado ao trabalho desenvolvido em conjunto com a equipe de inspectores, quais as prioridades para melhoria que tinham sido escolhidas de entre as recomendações constantes dos Relatórios de avaliação, e como tinham controlado e analisado as respectivas consequências, mostram que 75% das escolas cumpriram administrativamente o que fora recomendado e melhoraram em aspectos pontuais do contexto e das aprendizagens; um quarto delas concentrou-se na realização do ensino e das aprendizagens e ensaiou um projecto de auto-avaliação a partir dos instrumentos de trabalho da IGE. As unidades de gestão com melhor desempenho foram as que melhor souberam estruturar um plano de acção de melhoria. Da avaliação guardaram a memórias do controlo. Da divulgação de resultados que alguma comunicação social fez, algumas recordam a punição e o reconhecimento.»
[1]

[1] Fundação Calouste Gulbenkian, (2005, 21 Dezembro). Experiência e Institucionalização. Jornal de Letras, Artes e Ideias – Educação, p.1-2.