sexta-feira, outubro 14, 2005

Acabaram-se os comentários espúrios...

Depois de haver acordo (total?) na aula de hoje, o nosso blog deixou de ser comentado por anónimos, o que certamente nos livrará daqueles textos mais ou menos idiotas. Gostaria de dizer que continuamos abertos a participações de amigo(a)s que desejem ajudar a nossa reflexão, mas com a sua própria identidade.

A Teoria das Inteligências Múltiplas de H. Gardner

  1. Inteligência Linguística
  2. Inteligência Logico-Matemática
  3. Inteligência Musical
  4. Inteligência Espacial
  5. Inteligência Corporal-cinetésica
  6. Inteligência interpessoal
  7. Inteligência intrapessoal

(8. Inteligência do Naturalista )

De facto, se interpretarmos estas sete (8) definições no nosso currículo reparamos que todas as áreas disciplinares estão aqui representadas, (Letras, Ciências, Artes, Desporto, acabando nas novas áreas relacionadas com o desenvolvimento do aluno como Ser Social ).

Dos textos estudados podemos aferir, através da experiência de Linda Campbell ( Projecto da Lição; Unidades interdisciplinares; Projectos dos alunos; Avaliação; Aplicação das Aprendizagens ) que os alunos são ajudados a aprender FAZENDO, identificando e avaliando o mundo circundante que para eles será o maior estímulo para a Aprendizagem.

Na minha opinião tudo o que atrás é descrito pode ser aplicado no desenvovimento curricular das nossas escolas, presumindo até que em algumas, mesmo desconhecendo esta teoria, os professores e comunidade educativa a aplicarão . Ou estarei enganado?

Se repararmos nas nossas novas ( recentes) alterações do Currículo por Áreas não sentiremos alguns paralelismos?

Quanto à Avaliação, não vemos a diferença entre os níveis 1 a 5 ou S NS SB?

quinta-feira, outubro 13, 2005

Correcção ao post “O Eclipse de 3 de Outubro… Reflexão sobre Cultura e Competência Cultural.”

No passado dia 3 de Outubro, fiz um post sobre o acontecimento do Eclipse Anular do Sol e a movimentação que houve por parte de vários sectores da sociedade portuguesa, de modo a informar e levar as pessoas a participar na sua observação. Relacionei este acontecimento ao conceito de Competência Cultural.

Publico então a correcção a esse post.

Alguém que perpetua a sua cultura na “sua sociedade” não é alguém com competência cultural. Competência cultural é acolher as diferentes culturas, não as desintegrando, ou seja, aceitar as diferenças e viver em conjunto.

Conceito de competência cultural:
“Conjunto congruente de comportamentos, atitudes e políticas que operam num sistema e que permite que esse sistema se organize de modo a trabalhar efectivamente em situações inter-culturais”
( Cross, Bazron, Dennis, and Isaacs, 1989).

quarta-feira, outubro 12, 2005

Abordagem ao projecto na escola e no currículo

O conceito de projecto foi introduzido na linguagem e no contexto educativo no início do século XX nos estados Unidos da América, tendo como referência o pensamento de John Dewey(1859-1952), a partir do movimento de educação progressista que se verificou. A educação assentava na experiência e na ideia de uma pedgogia aberta em que o aluno é o actor da sua própria formação através de aprendizagens concretas e significativas. Estamos presentes de uma perspectiva construtivista, sócio-interaccionista, que valoriza e estimula a criança a ser o sujeito da acção. Aprender não é só receber uma certa informação e saber repeti-la; é preciso saber interpretá-la e ser capaz de a relacionar com outros conhecimentos, num processo dinâmico de construção e reconstrução.
Em 1897 no seu «Credo Pedagógico», Dewey escreveu: «A educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura. A escola deve representar vida presente - tão real e vital para a criança como aquela que ela vive em casa, no bairro, ou no pátio».
É, naturalmente, a fazer que se aprende a fazer e a vida faz sentido a partir de acções que se realizam com base em objectivos significativos para as pessoas, no seu ambiente social, familiar, económico e cultural. Haverá, então, melhor preparação para vida do que desenvolver na escola, sob a orientação devida, a prática de conceber e executar projectos significativos?
Até aos anos 70, o conceito de projecto não desempenhou um papel relevante na escola. Foi a partir da década de 80 que o projecto reapareceu no primeiro plano das ideias e preocupações educativas. Eis algumas das razões: «reacção contra o insucesso da pedagogia por objectivos» (Boutinet), que dominou durante sa décadas de 60 e 70; e a emergência da formação de adultos, na qual era mais evidente a necessidade de negociar projectos.
No trabalho de projecto há um conjunto de aspectos pedagógicos importantes:
1º- o projecto diz respeito a um problema específico; Cristopher Ormell em 1992 escreveu: «um problema que os alunos gostariam de resolver, (...) sobre o qual podem falar com amigos, (...) do qual de facto valha apena falar».
2º- faz uma abordagem interdisciplinar de uma situação, mobiliza e adquire novos conhecimentos e, ainda, o aspecto cooperativo é um factor importante para a sua realização.
Esta pequena abordagem vem a propósito, depois da aula de grupo do dia 30 de Setembro, em que o meu grupo constituído, ainda, pelo Delfim e por duas colegas que não sei o nome (peço desculpa), definiram currículo como tudo o que acontece na escola de acordo com um projecto próprio tendo em conta os aspectos sócio-económicos, geográficos, políticos e culturais.
Parece-me que esta definição antevia, um pouco , o que se iria passar ( e passou) na aula seguinte sobre o tópico: Manifestações culturais e a sua tradução no currículo escolar.
Por outro lado, hoje, fala-se em Projecto Educativo, Projecto Curricular de Escola, Projecto Curricular de Turma, etc. Também no currículo do ensino básico, o trabalho de projecto tem um papel relevante nas experiências de aprendizagens.
Bibliografia:
Ministério da Educação Departamento da Educação Básica, Reorganização Curricular do Ensino Básico - Novas Áreas Curriculares , Lisboa, 2002.

terça-feira, outubro 11, 2005

Desenvolvimento do Currículo através de manifestações culturais

Aceitando o convite formulado pelo Senhor Professor Varela vou dar um testemunho pessoal e profissional:
1.Na Escola E.B. 2/3 de Real - Braga, tendo os professores de Educação Musical concluído que a Música regional estava a perder algum peso, aliado à vontade dos alunos quererem recuperar esse património, a Escola decidiu, através de " Oferta de escola" incluir a " Música Popular da Região do Minho", no Sexto ano. Fizemos pesquisas de grupos de Zés-Pereiras, de "Rusgas", de Ranchos Folclóricos, de compositores bracarenses, de construtores de instrumentos.
Realizamos visitas de estudo a vários construtores de instrumentos , para os alunos do sexto ano.
A partir destas actividades criamos um pequeno ateliê de aprendizagem de instrumentos musicais populares como o Cavaquinho, viola ( guitarra ), criou-se um grupo ( REALZÉS )de percussão que esteve presente na abertura de um jogo do Euro2004.
2.Outro exemplo: sendo a Escola muito próxima do Museu dos Biscainhos realizou o Grupo de História e Ed. Musical uma " Partita do sec. XVIII", com dramatização de textos e reprodução de músicas da época, além de termos saboreado os " doces conventuais ". Os alunos participaram com um nível elevado de interesse e entusiamo, pedindo cada vez mais aos seus professores para realizarem eventos destes e...."fora da escola".
Actualmente, como resultado destas participações está a ser criado um atelier de Produção de espectáculo desde o Teatro, Música, cenografia, entre outros, onde os alunos podem aplicar os conhecimentos abordados nas várias disciplinas.
3. Outro exemplo, tendo a esola sido escolhida ( convidada) a aceitar uma turma ao abrigo do PIEF, PEETI ( luta contra a exploração e pela eliminação do trabalho infantil) alguns professores voluntariaram-se ( eu também) para leccionar algumas disciplinas a uma Turma de uma cultura minoritária ( etnia cigana ). No meu caso pessoal por ter já trabalhado com estas situações e alguns outros pelo desafio que seria criar um currículo novo a partir da cultura cigana, com o objectivo de desenvolver nos alunos e nos próprios professores uma efectiva competência cultural.
Sendo assim, para concluir, penso que a Escola denota uma superior abertura ao meio, às várias culturas que ela integra, procurando também ir beber nessas culturas uma forma de eliminar o abandono escolar, favorecendo a integração.
O único factor negativo destas propostas tem sido realmente o novo sistema de ocupação dos professores (substituições) que começa a criar algumas brechas nos objectivos propostos a partida.
Não sei se seria exemplos destes que o Professor pretendia mas acho que devo partilhar estas experiências com todos, achando que neste pequenino espaço não caberá o entusiasmo que a escola vive sobre estes Projectos.

Um post da Sofia

Após a terceira aula de Currículo e Cultura no dia 7 de outubro de 2005, fiquei elucidada em relação à definição de Currículo e de Competência Cultural. Assim, começo por dizer que o currículo é um esboço estruturado, a partirde uma realidade social, histórica e cultural, onde os intervenientes participam, transformam e trocam mutuamente conhecimentos, capacidades, experiências e vivências. Ainda defino o currículo como um projecto de formação participativo entre o ensino/aprendizagem e o reconhecimento da hierarquia, do tempo, da mudança e da interdependência, sem esquecer o desenvolvimento global e contínuo do indivíduo. Como síntese, digo que o currículo deve ser redesenhado a partir do interior do indivíduo, dentro e fora da escola. É nele que estão planificados os processos que se vão desenvolvendo ao longo do tempo, com sucessivas reflexões, por causa das mudanças e dos acordos que se vão fazendo quase diariamente.
De seguida, apresento a minha definição de Competência Cultural.
A Competência Cultural corresponde á aceitação, ao respeito e ao acolhimento das múltiplas culturas, pela troca de informação. É a maneira inteligente de agir face à diversidade, para posteriormente formar estruturas capazes de compreender os sistemas culturais existentes na Humanidade. Só neste sentido é que a formação cultural fomenta o desenvolvimento do indivíduo, isto se houver integração entre o exterior e o interior daescola.
O dilema da diferença nas escolas: RESPEITAR OU ANULAR?
Nesta aula, ainda falamos do paradoxo que existe nas escolas em relação, aos alunos, à diferença e à igualdade de direitos. Assim, e através deste texto, procuro falar do respeito e da flexibilidade entre professores e alunos. Segundo a minha opinião, é preciso que a escola esteja organizada no sentido dos professores direccionarem os diversos saberes e interesses dos alunos em significados úteis, capazes de formar cidadãos conscientes, activos, participativos e críticos na sociedade presente e futura.
"O papel que a escola de hoje desempenha é determinante na constituição de novas mentalidades: mais abertas, mais dialogantes, mas que olham a cultura de frente e percebem que a vida se constroí com raízes no passado e olhos postos no futuro (Núcleo de Apoio Pedagógico de Ponte deLima)".
Para que isto possa acontecer, algumas crianças deviam ser conduzidas por caminhos diferentes, que oferecessem respostas à própria formação, e assim serem capazes de formar a sua identidade, a partir do contexto social ecultural onde estão inseridos. Daí, pensar o quão importante é a introdução da cultura local na escola, ou seja, no currículo escolar, através da participação e da troca de informação/saberes de todos os intervenientes, como enriquecimento, aprofundamento e valorização, do indivíduo. No fundo, penso que a formação do indivíduo pela aceitação da diferença é a mais correcta e a que terá maior número de sucesso, uma vez que os alunos diferem quanto à diversidade cultural, social e económica, nos modos de aprendizagem e na estrutura pessoal.
Sofia Raquel Dourado da Torre
(Publicado a pedido da Sofia)

domingo, outubro 09, 2005

Tópico 2 – Manifestações culturais e sua tradução no currículo escolar


Como o professor apreciou a aula

Relato objectivo
Esta sessão diferiu da anterior porque há mais tempo reservado para o trabalho dos grupos (todo o tempo da próxima sexta-feira). Por isso planeei a minha intervenção com mais alguma folga, fazendo chegar com antecipação aos estudantes, via e-mail, dois textos de suporte.

Tive a surpresa de saber que ia contar com mais uma aluna, e por outro lado estiveram na aula três novos estudantes. O número total eleva-se assim a 36, o que para um mestrado é exagerado. Nos primeiros vinte minutos acertámos aspectos relacionados com o blog e distribuí um mapa resumo com as intervenções feitas; 37,5% do total dos estudantes colaboraram.

A intervenção, apoiada por uma apresentação em PowerPoint, diferiu da da primeira sessão por ter sido muito mais participada, com muitas intervenções dos estudantes. Quando foi tempo de intervalo ainda havia muito tópico para explorar, pelo que na segunda parte da aula toda ela foi praticamente preenchida com o resto da intervenção, sempre com muita participação dos estudantes.

Apreciação subjectiva
É sempre muito gratificante para um professor ter uma audiência reactiva, ou seja, que intervenha sempre que julgue que uma afirmação feita merece um comentário ou que simplesmente procure ser mais bem informada. Na explanação de tópicos que são, muitas vezes, naturalmente controversos, espero sempre que exista diálogo. Ora nesta turma não vai faltar diálogo! E ainda bem. Há no entanto dois escolhos a evitar. Um, muito próprio de audiências onde predominam professores, é introduzir na discussão as limitações que eventualmente tenham na sua escola ou conheçam de outras. Se bem que por vezes essas situações possam ser na verdade contextualizadas em relação ao tema que está em causa, a sua generalização transforma-se rapidamente numa espécie de “muro de lamentações” que raramente nos conduz a discussões proveitosas. O outro escolho é poder-se cair na banalização do que se discute, o tal cair na “conversa de café” com que me preocupei logo no primeiro dia. Creio que se em relação ao primeiro escolho já tivemos um ou dois exemplos, em relação ao segundo temos conseguido evitá-lo.

No meu plano de hoje, tinha deixado em aberto a possibilidade de haver trabalho de grupo, em especial de comentário ao que tinha sido publicado no blog; mas não tinha a certeza que fosse possível. De facto não foi.

Retenho desta terceira aula um muito bom nível de participação dos estudantes, que me parecem interessados (ou pelo menos, não aborrecidos…); a necessidade de voltar por alguns momentos à avaliação por portfolio; e, em especial, acompanhar bastante a produção no blog, se ela se vier a confirmar como espero.

Continuo satisfeito.